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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Choro de um Yakuza - 5° Capítulo


                                                  5. Classes sociais não importam.

            No outro dia, no escritório, Marina limpa tudo, serve á todos – chá ou cerveja – e, senta-se na sua mesa. Quando Samantha chega no escritório, senta-se na sua mesa também e de dois em dois segundos começa a suspirar. Já Marina, fica de bico na frente do computador e nem sequer olha para Samantha. Vendo essa situação, Tsune vai até Samantha e pergunta.
-Chefe, posso ter uma palavrinha com você?
            Samantha estranha, porém, se levanta e entra no banheiro com Tsune – estranho né? –.
-O que quer? Não estou de tão bom humor assim – Samantha diz e coça a cabeça.
-O que aconteceu? Marina está zangada e você suspirando.
-Acha que ela está zangada? – preocupada.
-Acho...
-Deus.... – escora-se na parede e cruza os braços – alguém espalhou que estou com um novo brinquedo, na verdade estou, mas, confundem as coisas, meu novo brinquedo é o meu novo negócio.
-E estão achando que é ela.
-Bingo! Samara foi no meu apartamento ontem pra piorar.....eu estava conseguindo o que queria, e ela, estragou tudo dizendo que Marina não servia para mim, para a própria.
-E o que fez?
-O que quer que eu faça contra Samara? – olha para Tsune – estou perdida aqui, não posso escolher nem um nem outro. Ontem apenas, pedi para que se retirasse do meu quarto, mesmo assim insistiu em ficar na minha casa.
-Samantha..... – suspira – você está ferrada.
-Não precisa me dizer algo que já sei. Diga algo que ainda não sei.
-Se gosta da Marina, suma com o bico dela sendo doce e se desculpando, por que, caso contrário, vai perdê-la.
            Enquanto isso, Marina fica agitada depois de ver Tsune e Samantha entrarem no banheiro.
-‘Ontem, passei de céu para terra em dois segundos..... – Marina pensa – quem é essa mulher? Depois de tudo ela não me disse nada.....estou zangada....e quem ela pensa que é pra dizer que não sirvo? Ela é quem decide! – cora – o que estou pensando?’
            Ao sair do banheiro, Samantha senta-se na sua cadeira, relaxa e fica olhando fixamente para Marina. Marina nervosa, pega alguns papeis em cima de sua mesa, vai á frente da mesa de Samantha e diz.
-Aqui está – coloca na mesa os papeis e evita contato com os olhos – o relatório das finanças do mês e sua agenda.
-Por que não me olha nos olhos? – Samantha pergunta.
-Se é somente isso – ignorando – vou me retirar – vira-se.
-Eu não disse que era só, volte.
-O que – vira-se novamente – deseja?
-Que me olhe nos olhos pelo menos uma vez.
-Impossível. – fala sem hesitar.
-Tsune!
-Sim? – Tsune responde.
-Tire o rabo de todos do escritório por um momento, preciso falar com Marina.
-Certo....vocês ouviram.
            Depois de todos saírem, Marina vira-se na direção da porta.
-Não fique irritada. – Samantha fala.
-Não estou.... – Marina diz e suspira – é só que....
            Samantha se levanta da cadeira e vai para o lado de Marina.
-É só que?
-Isso não vai dar certo.....não entendo o por que de você insistir.
-Esclareça. Que somos mulheres eu já sei e lhe dei uma resposta plausível para isso, então, convença-me de não correr mais atrás.
-Você é chefe e eu empregada. Como poderia eu ficar ao lado de uma pessoa de tão estonteante beleza....? Não sou bonita e muito menos tenho classe e pior....você e eu....não tem como uma rainha ficar com um plebeu..... – olha para Samantha.
            Um riso nervoso escapa e Samantha diz.
-Pra mim, isso é bobagem. Você é tão sincera.
            Marina toma um susto tão grande que, automaticamente sua mão voa na cara de Samantha e seus olhos começam a encher de água. Samantha se surpreende bastante e quando se dá conta, a garota tinha corrido.
Ao ver Marina correndo, Tsune se aproxima da porta, vê Samantha e diz.
-Magoou os sentimentos dela?
-Se “pra mim isso é bobagem” for magoar, então, magoei. – vai até a porta com pressa.
-Você debochou dos sentimentos dela.....por Deus Aniki! Isso não se faz!
-Pra onde?
-Banheiro feminino.
-Valeu.
            Samantha entra no banheiro. Tsune bloqueia a porta para que ninguém entrasse.
            Não havia ninguém, as portas estavam abertas, apenas a porta do último box estava fechada. Samantha sobe no vaso do banheiro ao lado e olha por cima para o box que estava fechado. No chão estava Marina chorando encolhida. Samantha sente um aperto no coração e diz.
-Não me entenda mal... – Marina olha para cima – eu não quis demonstrar deboche, é só que, posição de chefe e empregado, posição de classes, beleza, nada disso importa para mim. Eu quero você do jeito que é caso contrário não teria insistido.
            Marina cora, abaixa a cabeça, levanta-se e sai do box. As duas agora estavam em pé fora de seus boxes próximas.  E de perto, dava para perceber um lado vermelho e outro branco da bochecha de Samantha.
-Desculpe pelo... – Marina diz e funga – tapa.
            Samantha começa a limpar as lágrimas de Marina.
-Você sempre me surpreende. – Samantha diz e acaricia o rosto de Marina – Desculpe se lhe fiz chorar, não foi a minha intenção.... – se aproxima e Marina fica mais corada – mas, o fato de ter ficado zangada significa que sente algo por mim...estou feliz.
            Marina fica vermelha e sem palavras.
-Posso aceitar esse silencio como um sim? E.... – aproxima seus lábios dos dela – que aceita a minha proposta?
            Sem demoras, lento e suave, um beijo surge de ambos os lábios. Marina fica agarrada á blusa de Samantha enquanto Samantha segurava a garota como uma preciosa joia. Uma pequena pausa, Marina diz.
-É melhor.....pararmos....se.....alguém entrar.....
            Samantha ameaça beija-la outra vez, porém, desta vez Marina agarra-se ao pescoço de Samantha e a beija.
-O engraçado é que sua cabeça pede para parar e seu corpo pede por mais.... – Samantha comenta.
            Os beijos continuam.
-‘O que posso fazer? Me sinto tão bem...o lugar onde ela toca está tão quente....por que?’
            De repente, Marina empurra Samantha forte e vira-se de costa para a garota, segundos depois, Samara entra no banheiro e diz.
-Saman-chan? O que faz aqui?! Estava te procurando.... – olha para Marina que vira-se para ela – ainda mais com esse tipinho ai.
            Samantha olha para o teto com desespero. Coloca a mão na cintura e vira-se para Samara.
-Não deveria andar com esse tipo de menina querida....isso faz mal. – Samara continua.
-Você não de... – Samantha é interrompida.
-Com licença – Marina diz – não conheço a vossa senhoria, não faço a mínima ideia do que faz aqui e não quero saber, a chefe e eu estamos tratando de sua agenda que está apertada hoje e, se quiser tratar de negócios marque um horário e vá ao escritório, não fique zanzando pelo prédio sem autorização e, além do mais, “esse tipinho ai” e “ menina desse tipo” possuem um nome e ele é Marina, se quiser chama-lo não faz mal, porém, não coloque xingamentos e nem derivados quando sua frase se referir a minha pessoa, por que, não estou lhe ofendendo de nenhuma maneira, eu fui clara ou precisa de mais alguma coisa?
            Samara fica sem palavras. Samantha olha para Marina e segura o riso. Ambas saem do banheiro, indo até o escritório e Tsune acompanha Marina.
-Incrível, sou inteiramente seu fã. Falou tudo que todos desejavam.
-Quem ela pensa que é? – Marina pergunta zangada.
-Ninguém além de sua superior – Samantha diz naturalmente.
            Marina para de respirar por um momento.
-Acho que não me sinto bem...
-Calma Marina... – Samantha sorri – acha que iria deixar você ser demitida?
*Foi a primeira vez na minha vida que a vi sorrir, um sorriso tão caloroso que me fez sentir tão tranquila, porém, se Samara é minha chefe....o que será que ela vai fazer comigo?*

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